Não há dúvidas que, através da livre iniciativa económica, liberdade de produção e de comércio, propriedade privada e concorrência, a economia de mercado permite que cada um, de acordo com as suas forças, habilidades, capacidade de produção, criação, adaptação, concorra diante dos outros, promovendo a acumulação de riquezas por parte de alguns. A acumulação de riquezas por parte dos cidadãos particulares ou grupos (no caso de pessoas colectivas) é benéfico para o país, contribuindo na arrecadação de receitas do Estado e, consequentemente, no crescimento da riqueza nacional. Entretanto, também é verdade que grande parte da população angolana economicamente activa está fora deste circuito. Por um lado, o nível de informalidade da nossa economia não se pode menosprezar; por outro, o alto nível de desemprego e a fraca capacidade das empresas de absorverem a força de trabalho que o país possui é conhecimento de todos.

O conceito de economia solidária não é algo completamente acabado e apresenta várias acepções, tal como defendem os estudiosos. As particularidades de cada tempo, as experiências e novas formas de solidariedade económica vão construindo, moldando conceito; assim, princípios como a auto-gestão (em estreita relação com o empreendedorismo), cooperativismo, maximização da qualidade e quantidade do trabalho, economia democrática, integração, transparência e a economia informal constituem os fundamentos da economia solidária. Outrossim, o factor preservação do meio ambiente também se tem constituído em preocupação desta forma de organização do trabalho.